Cozinha maravilhosa da Ofélia

Avó é quem sabe cozinhar. Ou ao menos é essa a sensação que temos.  Elas é que guardam as receitas da família, que sabem fazer “aquele pão”, “aquele bolo”, “aquele doce” ou “aquele assado”.

Fico me imaginando como avó, cozinheira de mão cheia, detentora dos segredos dos temperos, com total domínio daquele bendito não sei o quê para deixar toda comida com gosto de comida da avó. O mesmo segredo misterioso que ronda os pasteleiros de feira e os cachorros-quentistas do parque.

Claro que avó nenhuma teria um blog de receitas de 1 hora. Imagine! Se minha avó – a mineira de forno e fogão Rita – visse uma coisa dessas teria a mesma reação que a Julia (Meryl Streep) teve ao conhecer o projeto da Julie (Amy Adams): total desprezo.

Comida de avó é coisa séria. Leva horas para ser feita, com a simpática velhinha mexendo a panela sem parar. Nada de panela de pressão. Comida de vó fica cozinhando lentamente durante 2, 3 horas. E ela, com toda paciência do mundo, pingando água de quando em vez para não queimar o cozido.

Avé que é avó acorda a casa com cheiro de café de coador e barulho do pão sendo amassado na pia de mármore – eita força que têm essas senhoras, não se enganem! Lá  pelas 10, a carne (temperada na véspera, óbvio) já está no forno. Depois vem o feijão e por fim aquele arroz com madioca.

E à tarde mais pão. Desta vez empapado com a geléia de morango ou o doce de goiaba e de abóbora que a vó ficou misturando no tacho, sem nem ligar para o calor (e a gente reclamando da menopausa…)

Mas os tempos não são mais da Ofélia, da Palmirinha ou da Tia Anastácia. Os tempos são de pressa, de comida caseira em restaurante, de cozinha de 1 hora, de panela de pressão e doce de supermercado. Pena. Ou não. Quem sabe ainda dá para preservar a magia e o gostinho do tempero caseiro? Esse é meu objetivo. Que a Dona Rita me ajude!

Como receita, aqui vai o link dos deliciosos “bolinhos da Tia Nastácia“. Eu nunca me esqueço do episódio com o Minotauro.

2 Respostas para “Cozinha maravilhosa da Ofélia

  1. Ai, que delícia de lembranças…
    Na casa da minha avó comia-se muito. Comia-se bem também, mas em geral comia-se muito.
    Não adiantava falar que não queria, não gostava, estava satisfeita. Ela ignorava e ia colocando mais. Até ela achar que era suficiente… hahahahaha
    Depois que meu avô morreu, nunca mais tivemos aquelas comilanças… Era quibe feito com carne moida em casa, comida árabe de primeira…
    Mas ficou na lembrança…
    Lindo post
    Bjos
    Calu

  2. Adorei!Acho que serei uma avó fora dos padrões,ñ sei e ñ gosto de cozinhar.Se bem que tenho uma receita de nega maluca,delícia, já coloquei até no Receitas Hummmm da @redemulheremae.Bjs,linda!Viva as ávós boas cozinheiras.

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